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    Área 51: entenda o que é a instalação secreta do governo dos EUA alvo de teorias da conspiração

    Alvo de teorias da conspiração envolvendo supostos estudos com alienígenas, base pertence à Força Aérea dos EUA

    Sinal de alerta afixado no portão da instalação militar ultrassecreta no Campo de Teste e Treinamento de Nevada conhecido como Área 51
    Sinal de alerta afixado no portão da instalação militar ultrassecreta no Campo de Teste e Treinamento de Nevada conhecido como Área 51 22/07/2019 - David Becker/Getty Images

    Da CNN

    Alienígenas capturados após acidentes com Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs)? Tecnologia extraterrestre? Testes com naves de outro mundo? Diversas teorias da conspiração rondam a Área 51, uma base confidencial localizada em um deserto no estado de Nevada, nos Estados Unidos.

    Muitas pessoas especulam o que acontece lá dentro — vários filmes relacionam a instalação a estudos alienígenas –, mas poucas realmente a conhecem. A CNN explica o que é a Área 51.

    Veja também: OVNIs: militares americanos cobram respostas da Casa Branca

    É uma instalação de teste para a Força Aérea dos EUA (oficialmente)

    A Área 51 é uma instalação confidencial da Força Aérea dos Estados Unidos no Campo de Testes e Treinamento no estado de Nevada, uma enorme instalação do governo fora da cidade de Las Vegas, a principal da região.

    Foi originalmente usada pela CIA, o serviço secreto americano, como um local para desenvolver e testar o avião de reconhecimento U-2, destinado a espionar a União Soviética, segundo Annie Jacobsen, jornalista e autora do livro “Area 51: An Uncensored History of America’s Top Secret Military Base” (Área 51: Uma história não censurada da Base Militar Ultra Secreta da América, em tradução livre).

    A agência começou a utilizar a instalação em julho de 1955 para desenvolver a aeronave. Com a capacidade de voar a mais de 21 km, o U-2 “era comumente confundido com um OVNI por civis no solo, que não podiam imaginar como algo poderia estar voando tão alto”, pontuou Jacobsen.

    A instalação da Força Aérea dos Estados Unidos comumente conhecida como Área 51 é um destacamento remoto da Base Aérea de Edwards, dentro do Campo de Teste e Treinamento de Nevada
    A instalação da Força Aérea dos Estados Unidos comumente conhecida como Área 51 é um destacamento remoto da Base Aérea de Edwards, dentro do Campo de Teste e Treinamento de Nevada / DigitalGlobe via Getty Images via Getty Images

    De acordo com a CIA, o nome Área 51 vem de sua designação no mapa. Também foi anteriormente referida como “Paradise Ranch” (Rancho do Paraíso, em tradução livre), para tornar a instalação mais atraente para aqueles que estariam trabalhando lá.

    “Paradise Ranch” foi então abreviado para “The Ranch” (O Rancho). Outros apelidos incluem “Watertown” (Cidade da Água) e “Dreamland” (Terra do Sonho).

    A gestão da instalação foi entregue à Força Aérea dos EUA no final de 1970. Mas o governo não reconheceu publicamente sua existência até 2013, quando a CIA publicou documentos desclassificados (sem sigilo), confirmando que foi usada como uma instalação de teste para os programas de vigilância aérea U-2 e A-12 OXCART.

    De acordo com esses documentos, o sigilo em torno da Área 51 era para manter as informações longe da União Soviética – não para encobrir evidências de vida extraterrestre.

    Em 2012, termina o financiamento para o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, o escritório secreto de OVNIs do Pentágono. O escritório gastou US$ 22 milhões em cinco anos coletando e analisando o que consideravam “ameaças aeroespaciais anômalas”.

    O presidente Barack Obama se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a mencionar a Área 51. Ele fez isso no Annual Kennedy Center Honors — um evento em que são entregues honrarias a artistas — no final daquele ano. “Até então, era oficialmente um segredo de Estado”, colocou Jacobsen.

    Atualmente, a Área 51 é usada como campo de treinamento aberto para a Força Aérea dos EUA.

    Cenário perfeito para teorias da conspiração

    Quando o governo dos EUA finalmente reconheceu a Área 51, ela havia sido usada por décadas como cenário para teóricos da conspiração.

    “A Área 51 está entre as bases mais misteriosas e secretas, o que só aumenta o fascínio público e o conhecimento sobre ela”, destacou Jacobsen à CNN.

    Talvez a teoria da conspiração mais conhecida seja a de que a Área 51 abrigava uma espaçonave alienígena que supostamente caiu em Roswell, no Novo México, em 1947, junto com os corpos dos pilotos.

    O suposto OVNI era, na verdade, partes de balões, sensores e refletores de radar dos destroços de um projeto secreto do governo destinado a “determinar o estado da pesquisa soviética de armas nucleares”, de acordo com um relatório da Força Aérea de 1994.

    Mas a Área 51 realmente não entrou na consciência pública até 1989. Foi quando um homem chamado Bob Lazar afirmou em uma entrevista a uma rede de notícias local que havia trabalhado no local para fazer engenharia reversa no que ele disse ser uma espaçonave alienígena abatida.

    A entrevista de Lazar e as alegações que ele fez “revelaram esta base secreta com grande repercussão. E, desde então, a tradição, a mitologia e o suspense só cresceram em torno da Área 51”, ponderou Jacobsen.

    Então, o que há na Área 51?

    De acordo com Jacobsen, os Estados Unidos trabalham com engenharia reversa em tecnologia na Área 51.

    Hoje, disse ela, a tecnologia estrangeira capturada em campos de batalha no exterior é trazida para a Área 51 para ser submetida a engenharia reversa e testada.

    “Portanto, se quisermos aprender sobre um sistema de radar, por exemplo, ele é enviado para a Área 51 e voamos com nossa própria aeronave contra ela para tentar descobrir os segredos de nossos inimigos”, explicou.

    Questionada sobre essa afirmação, a Força Aérea dos EUA disse à CNN, em parte: “Por razões de segurança operacional, não fornecemos informações detalhadas sobre que tipo de operações ocorrem em áreas específicas da Campo de Testes e Treinamento de Nevada”.

    Quanto ao que as pessoas poderiam encontrar se realmente invadissem a Área 51, Jacobsen não especularia, dizendo que é “o que impulsiona o pensamento de conspiração”.

    Mas a instalação é “o berço do que é chamado de ISR – inteligência, vigilância e reconhecimento [em tradução livre]”, afirmou.

    “Então, pensar que o governo federal não tem uma ideia clara de quem está lá, quando chegou lá e onde está agora é extremamente ingênuo”. Não há como alguém chegar perto da instalação classificada”, comentou.

    Em última análise, é quase impossível imaginar no que o governo poderia estar trabalhando atrás dos muros da Área 51, ponderou.

    “O trabalho da comunidade de inteligência militar é criar sistemas de armas e plataformas de vigilância que ninguém possa imaginar. Eles não estariam fazendo seu trabalho se pudéssemos imaginar corretamente o que eles estavam fazendo”, ressaltou.

    “Invasão à Área 51; eles não podem impedir todos nós”

    Em julho de 2019, uma sátira foi feita no Facebook com a Área 51: criaram um evento intitulado “Storm Area 51, They Can’t Stop All of Us” (“Invasão à Área 51; eles não podem impedir todos nós”, em tradução livre), promovendo um “ataque” à base para “ver os aliens”.

    Mais de 1,5 milhão de pessoas confirmam presença para o evento, que estava marcado para o dia 20 de setembro daquele ano.

    Então, no dia marcado, aproximadamente 200 pessoas apareceram do lado de fora dos portões da Área 51 para a “invasão” à instalação.

    Duas pessoas foram presas, de acordo com o xerife do condado de Lincoln. Uma prisão foi relacionada a álcool, e um cidadão canadense foi preso por atentado ao pudor.

    Uma mulher chegou perto da delimitação de área proibida e foi brevemente detida e liberada no local.

    Mas e os alienígenas?

    Teorias da conspiração e desinformação, segundo Annie Jacobsen, servem apenas para manter o verdadeiro propósito da instalação desconhecido.

    “A ideia de que o público acredita que aeronaves voadoras não identificadas – ou como a Marinha disse recentemente, fenômenos aéreos não identificados – são do espaço sideral, ajuda a manter a cobertura dos fatos verdadeiros de seus programas secretos”, disse ela.

    “Resta saber quais são esses fatos verdadeiros”, finalizou.

    (Publicado por Tiago Tortella, com informações de Dakin Andone, da CNN)

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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